Todos os anos, cerca de 400 pessoas morrem vítimas da tuberculose na Bahia, que é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente os pulmões, mas também pode afetar outros órgãos do corpo, como rins, ossos e cérebro e pode ser transmitida de pessoa para pessoa pelo ar, através da tosse, espirro ou fala.
De acordo com Ministério da Saúde, o Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 82% do total de casos de tuberculose no mundo. Embora seja uma doença passível de ser prevenida, tratada e mesmo curada, a cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e cerca de 4,7 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil.
Por conta do alto risco de infecção e óbito, a Organização Mundial da Saúde (OMS), comemora anualmente no dia 24 de março, o Dia Mundial contra a Tuberculose. A data visa conscientizar a sociedade sobre a tuberculose e suas consequências para a saúde pública em todo o mundo.
Cada paciente com tuberculose pulmonar que não se trata, pode infectar em média 10 a 15 pessoas por ano. Alguns fatores contribuem para a disseminação da doença, tais como a pobreza e má distribuição de renda, a AIDS, a desnutrição, as más condições sanitárias e a alta densidade populacional.
Em entrevista à Tribuna da Bahia, o pneumologista e Diretor de Assuntos de Saúde Pública da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Dr. Guilhardo Fontes Ribeiro falou sobre a importância do Dia do Combate à Tuberculose e pontuou alguns fatores que colocam o Brasil entre os países com maior incidência da doença no mundo.
"É um tema que deve ser discutido sempre, pois é preciso esclarecer a população sobre a doença. Nas regiões mais pobres é onde se concentra o maior número de tuberculosos por diversas razões, como por exemplo pela falta de saneamento básico e por as pessoas morarem em imóveis pouco arejados, [possibilitando] uma maior disseminação da doença", explicou.
Em seguida, o pneumologista pontuo que "cerca de 400 pessoas morrem de tuberculose todos os anos na Bahia" e alertou que "tosse persistente entre duas ou três semanas pode ser um indício de que a pessoa está infectada com a doença" e que ela precisa ser submetidas às avaliações para descobrir o que está levando à tosse.
Por fim, o Dr. Guilhardo Fontes informou que o tratamento consiste em um esquema de antibióticos por pelo menos seis meses, destacou que o diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações e pontuou que a medicina está prestes a ganhar um aliado na detecção da infecção com o diagnóstico da doença por meio de exame de sangue.
Em nota sobre o número de casos de tuberculose na Bahia, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou à Tribuna da Bahia que foram registrados 4.498 casos de tuberculose somente no ano de 2022 na Bahia. Já os dados referentes ao ano de 2023, estavam sendo levantados pela área técnica, porém não foram enviados até o fechamento desta matéria.