A ABM discorda veementemente da declaração do Governador do Estado sobre a necessidade de contratação de médicos de outros estados e países. Para a nossa entidade, este tipo de afirmação apenas serve como desestímulo a todos os colegas que estão desde o início da pandemia atuando na linha de frente contra a Covid-19.
Os médicos têm cumprido seu ofício com sacrifício desde o início de 2020, trabalhando com grande entrega e afinco e, nesse momento, não poderíamos correr o risco de desestimulá-los, desvalorizando-os e contratando mão-de-obra de fora, cuja qualificação desconhecemos.
Neste momento de pandemia, no qual os médicos brasileiros trabalham em condições de grande pressão e estresse, e muitas vezes sem condições ideais de trabalho, com baixas remunerações, salários em atraso e na incerteza sobre o futuro, a ABM se solidariza com os médicos baianos e defende que a Bahia não precisa de médicos de outros estados e países, de formação acadêmica e profissional duvidosa, e espera que, quando voltarmos ao “novo normal”, que os nossos governantes tenham aprendido com essa experiência que a Medicina, além de uma profissão nobre, é um serviço essencial ao povo brasileiro e os seus profissionais não podem ser tratados com menor importância do que realmente merecem.
Solicitamos assim ao governador do Estado que repense e reconsidere essa afirmação, de modo a continuar estimulando os médicos a prosseguirem seu trabalho.