SBPC/ML e SBEM sugerem novo modelo de laudo laboratorial para 25-hidroxivitamina D
A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), em parceria com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), vem atuando ativamente em discussões científicas sobre os intervalos de referência para a vitamina D, também conhecida como 25-hidroxivitamina D ou, simplesmente, 25(OH)D.
As duas sociedades médicas haviam publicado um primeiro consenso sobre o tema, em 2017, no Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, visando esclarecer às polêmicas sobre os valores de normalidade. Desde então, as discussões continuaram e recentemente ambas as sociedades elaboraram um novo consenso, publicado no periódico Archives of Endocrinology and Metabolism (2).
O segundo consenso trouxe novidades importantes. A principal delas foi a definição mais clara dos valores considerados normais para a população geral, cujos níveis são entre 20-60 ng/mL. Para os indivíduos considerados como grupo de risco, os valores permaneceram os mesmos, entre 30-60 ng/mL. Porém, neste grupo, foram incluídos os idosos acima de 65 anos, não mais de 60 anos conforme o primeiro consenso, bem como revisão da lista das doenças osteometabólicas e sistêmicas.
Os níveis séricos de 25(OH)D considerados como deficientes permaneceram os mesmos, sendo inferiores a 20ng/mL.Também não houve alteração dos valores para risco de intoxicação, considerados superiores a 100 ng/mL.
Diante dessas atualizações, a SBPC/ML e a SBEM recomendam um novo modelo de laudo a ser adotado pelos laboratórios clínicos do Brasil, conforme apresentado abaixo.
Novo modelo de laudo laboratorial para os intervalos de referência da 25(OH)D |
Deficiência: <20 ng/mL
Valores normais para a população geral: entre 20-60 ng/mL Valores ideais para população de risco*: entre 30-60 ng/mL Risco de intoxicação: > 100 ng/mL * Entende-se por população de risco: idosos (acima de 65 anos), gestantes, indivíduos com fraturas e quedas frequentes, pós-cirurgia bariátrica, em uso de fármacos que interferem no metabolismo da vitamina D, doenças osteometabólicas (osteoporose, osteomalácia, osteogênese imperfeita, hiperparatireoidismo primário e secundário), sarcopenia, diabetes mellitus tipo 1, doença renal crônica, insuficiência hepática, anorexia nervosa, síndrome de má absorção e câncer. |