A elaboração de um fluxo de atendimento e o treinamento das equipes para o atendimento adequado de casos suspeitos de infecção pelo 2019-nCoV, o Coronavírus. Essas medidas foram tomadas pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Cárdio Pulmonar (HCP).
A informação é da coordenadora do SCIH, a enfermeira Olívia Palmeira, que faz referência aos últimos números relacionados à infecção. O número de mortos pelo Coronavírus (CoV) subiu para 136 na China nesta quarta-feira (29) e há mais de 4.500 pessoas infectadas, o que levou vários países, como Estados Unidos, França e Japão a se mobilizarem para retirar seus cidadãos de Wuhan, epicentro da epidemia. Ao todo, 11 países já confirmaram casos.
“A gravidade deste novo vírus ainda está para ser determinada. Entretanto, tendo como referência a SARS-CoV (síndrome respiratória aguda grave), sabe-se que 20-30% dos pacientes necessitaram de ventilação mecânica e a mortalidade foi de 10%”, explica o infectologista do SCIH Alan Neves.
A transmissão do CoV ocorre por via aérea (exposição a secreções aéreas/gotículas) ou pelo contato indireto (contato com secreções do paciente e auto inoculação em membranas mucosas).
Tipos mais graves
O Coronavírus humano (HCoV), um dos principais causadores do resfriado comum, por muito tempo foi considerado um vírus de menor importância. Entretanto, dois subtipos causadores de doenças mais graves surgiram no século XXI: síndrome respiratória aguda grave associada ao Coronavírus (SARS-CoV) e a síndrome respiratória do oriente médio associada ao coronavírus (MERS-CoV).
Em dezembro de 2019, um novo vírus (2019-nCoV) surgiu em Wuhan, China. É bem provável que este vírus tenha sido transmitido para humanos a partir de animais silvestres em mercados na China e, a partir de então, o vírus conseguiu manter uma transmissão de pessoa a pessoa, como explica o infectologista.
“Com o aumento do fluxo de pessoas em viagens internacionais, uma maior disseminação do vírus é possível”, alerta Alan Neves, destacando a importância de medidas preventivas.
Prevenção
O médico explica que para prevenir a disseminação do 2019-CoV as mesmas boas práticas indicadas para outros vírus causadores de infecções respiratórias são recomendadas: higienizar frequentemente as mãos; cobrir com lenço boca e nariz ao tossir; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca.
Além disto, na presença de sintomas respiratórios as recomendações incluem não compartilhar objetos de uso pessoal, manter ambientes bem ventilados e evitar contato próximo com outras pessoas.