Atrás apenas dos acidentes de trânsito, na alta estação, os mergulhos em águas rasas são a segunda principal causa das lesões medulares. Fora da estação quente, tais acidentes ocupam a quarta posição. O alerta é do ortopedista especialista em coluna, Sérgio Murilo Andrade.
“Não existe profundidade segura. Qualquer mergulho é passível de resultar em um traumatismo na coluna”, aconselha Sérgio Murilo. “Apesar de a lesão ser extremamente grave e, muitas vezes irreversível, as pessoas parecem saber muito pouco sobre isso. A recomendação é que nunca se pule em rio, mar e lagos, mesmo que se conheça a profundidade”, orienta o ortopedista, que também é especialista em trauma.
O médico, que integra a equipe do Hospital Cárdio Pulmonar, explica que, no momento da queda, um dos principais riscos é o desmaio. “E aí a pessoa pode se afogar”, alerta.
Jovens
Entre as vítimas deste tipo de acidente 90% são jovens, na faixa etária de 10 a 25 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Coluna (SBC). A consequência mais frequente é a tetraplegia, em que os pacientes perdem os movimentos do pescoço para baixo. E o trauma da lesão medular por acidente de mergulho pode vir ainda acompanhado por um traumatismo craniano.
“A cirurgia é feita para estabilizar a coluna, mas a lesão pode ser irreversível, causando uma tetraplegia ou uma paraplegia, a depender da altura da vértebra fraturada”, explica o ortopedista. “Na maioria dos casos, a fratura é na coluna cervical e o tratamento é cirúrgico, mas não reverte a lesão na medula”, completa Sérgio Murilo.
Prevenção
De acordo com o médico, a prevenção é o melhor caminho para evitar um acidente ao mergulhar. As recomendações principais são: não exagerar no consumo de bebida alcoólica, jamais mergulhar de cabeça e desacompanhado, não mergulhar em água turva e não mergulhar em águas turvas, não empurrar ou jogar outras pessoas para dentro da água.