Representantes da Associação Bahiana de Medicina (ABM) e do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) discutiram, no dia 27.07, na Sesab, a situação dos estudantes de medicina da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), além das Santas Casas e a caminhada a favor da Operação Lava-Jato. O Conselho Superior das Entidades Médicas (Cosemba) e a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) se reúnem, sempre nas últimas quartas-feiras do mês, para discutir temas da categoria médica.
Foi apresentado que, mais uma vez, os estudantes de medicina da UNEB realizaram uma manifestação cobrando seus direitos. Os alunos reclamam da falta de professores, falta de estágio, de ambulatório e do internato - que deveria ter sido iniciado no primeiro semestre deste ano, mas não ocorreu por falta de campo de estágio. O Cosemba visitou a instituição e se reuniu com os alunos. Representando a ABM, o diretor Dr. Jorge Jambeiro constatou que a situação da universidade é lamentável. Como medida, as entidades médicas decidiram fazer uma visita às instalações no dia 02.08, além de enviar uma carta ao Conselho Estadual de Educação, cobrando providências.
A dificuldade financeira por que estão passando as Santas Casas de Salvador foi outra pauta da reunião. O Cosemba se dispôs a fazer e encaminhar um documento para a Federação das Santas Casas da Bahia, demonstrando a preocupação e apoio integral ao movimento. "Nos colocamos à disposição se eles quiserem reivindicar ajustes de valores do SUS, subvenções por parte dos Governos Federal, Estadual e Municipal", explicou o presidente da ABM, Dr. Robson Moura.
Ainda foi discutida a presença das entidades médicas na manifestação de apoio à operação Lava-Jato, que ocorreu na Barra, no domingo (31.07). "A ABM estará presente e irá defender todas as propostas que estão sendo debatidas, como as medidas contra a corrupção, a polícia federal, Sérgio Moro, etc.", concluiu Moura.
Desdobramento - No dia 03.08 foram apresentados os desdobramentos das pautas da reunião realizada em 27.07. Representando a ABM estava o presidente, Dr. Robson Moura, e representando o Cremeb, o vice-presidente, Dr. Júlio César Braga. Foram discutidas a situação do Hospital Couto Maia, das Santas Casas, o internato da Uneb e a UPA de Roma.
Segundo o secretário de saúde, Dr. Fábio Vilas-Boas, o novo Hospital Couto Maia tem previsão para ficar pronto em 10 meses. O hospital será redimensionado, pois a estrutura da antiga unidade não suportaria todas as novas demandas. Até lá, está sendo realizada uma reforma em caráter de urgência. Os residentes do Couto Maia, que estão em greve, irão se reunir com a assessoria da Sesab juntamente com o subsecretário, Dr. Roberto Badaró, na tentativa de resolver essa questão.
Sobre a situação das Santas Casa, o secretário citou que já teve contato com as Santas Casas e que a Santa Casa de Valença já teria recebido do Governo do Estado 4 milhões de reais para reformas e equipamentos. “O secretário ficou de nos enviar o que o Governo Federal está investindo na tentativa de ajudar as Santas Casas”, afirmou Dr. Robson Moura. Já em relação à dificuldade que os estudantes de medicina da UNEB encontram ao chegar ao internato, o secretário afirmou que já foi apresentada uma proposta desde o ano passado: os hospitais públicos da Sesab devem servir para os internatos das faculdades públicas, prioritariamente a UNEB, seguida da UFBA e da Faculdade Bahiana de Medicina (por ser uma faculdade filantrópica). As faculdades particulares teriam que pagar 50% de um salário médico para seus estudantes estagiarem nas unidades. O secretário acredita que esse recurso gira em torno de 3 milhões de reais. Ainda segundo ele, essa proposta estaria parada há um ano na Procuradoria Geral do Estado, pois não há um entendimento sobre o repasse do dinheiro das instituições particulares.
Também foi discutida a situação da Unidade de Pronto Atendimento do bairro de Roma. A UPA de Roma era gerida pela Osid, e em breve, vai se tornar o Hospital da Mulher. Por isso, o local já passa por reformas e suspensão de alguns serviços, segundo a Sesab: Ortopedia foi transferido para a UPA de Escada e para o Hospital Geral Ernesto Simões Filho; o serviço de pediatria também foi para a UPA de Escada e o de Oftalmologia foi para a UPA do Cabula.
O Cosemba questionou o fato de os médicos contratados pela Osid com carteira assinada terem sidos avisados pouco menos de três dias antes que estariam de aviso prévio. Segundo a Sesab, eles serão contratados pela empresa que está administrando a UPA do Cabula, para que não sejam prejudicados.