Para o presidente do Cremeb, conselheiro José Abelardo de Meneses, a reintegração de Dra. Mônica Bahia, que trabalha na Maternidade de Referência há quase dez anos, é um exemplo de que os princípios basilares do Estado Democrático de Direito devem prevalecer em quaisquer momentos de embates. "Esta terça-feira ficará marcada como um dia histórico. A Dra. Mônica Bahia, demitida imotivadamente, sumariamente e, portanto, injustamente, retornará ao quadro de obstetras da Maternidade, e de cabeça erguida, com as honras que as pessoas de bem merecem", destaca ele.
A conselheira e vice-presidente do Cremeb, Teresa Maltez, ressalta que a readmissão da obstetra foi defendida pelas entidades médicas como forma de fazer imperar a justiça e o interesse público, e não com o intuito de defender interesses individuais. “No ambiente de trabalho, somos conhecedores do empenho cotidiano, do preparo técnico e do senso de humanidade que fazem da Dra. Mônica uma profissional respeitada e admirada por todos os seus pares e superiores hierárquicos”, pontua Dr. Abelardo, lembrando que a médica, que é diretora sindical e tinha sido demitida no último dia 12, se destaca pelas lutas em benefício da ética e da valorização da categoria.
A luta das entidades médicas para reverter a demissão, incluindo a exposição da própria profissional, foi pautada em solucionar o cenário de caos nas maternidades baianas. O presidente do Cremeb afirma que tal situação deve-se, principalmente, pela redução na oferta de serviços na Maternidade de Referência, que, por determinação da Secretaria Estadual de Saúde, restringiu o atendimento apenas às pacientes com gestação de alto risco (consequentemente, reduzindo o quadro de profissionais na unidade). “Isso sobrecarregou as outras maternidades, com destaque para a Climério de Oliveira, que tem apresentado taxa de ocupação de 400% no setor de emergência, e para a Tsylla Balbino”, enfatiza ele.
O presidente da ABM, Robson Freitas de Moura, ressalta que a conquista do Cosemba vai além da admissão de Dra. Mônica Bahia. “Na verdade, foram duas grandes vitórias. A primeira, logicamente, foi a reintegração da obstetra, que é uma excelente profissional. E a segunda foi a possibilidade de diálogo com Santa Casa, que é uma instituição secular, que presta serviços de qualidade e exerce filantropia”, ressalta. Dr. Robson, acrescentando: “A aproximação com a Santa Casa pode render uma boa parceria em prol da saúde pública”.
O presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, acredita que a readmissão de Dra. Mônica Bahia foi possível graças a organização e força de unidade do Cosemba. Apesar de reconhecer a decisão da Santa Casa como uma vitória da categoria, ele garante que a militância por uma assistência materno e neonatal de excelência não vai parar. “Continuaremos com a luta a favor da obstetrícia de qualidade no Estado. Até porque esse não é um problema apenas da Maternidade de Referência”, finalizou.
Veja ofício do Cosemba sobre caso de dra. Monica Bahia
Leia aqui ofício nº 016/2016, do Conselho Superior das Entidades Médicas do Estado da Bahia, encaminhado ao Provedor da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, sobre o caso da médica Dra. Monica Bahia.