Em ação da Associação Bahiana de Medicina (ABM) em parceria com a Prefeitura de Salvador, o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) foi celebrado com um mutirão de exames gratuitos para a população. Com o objetivo de mobilizar as pessoas e mostrar quais os primeiros sintomas da doença, a atividade foi realizada na última sexta-feira (20), das 8h às 12h, no Largo da Piedade. “A pessoa tem uma tosse, um pigarro, uma falta de ar, é fumante... Quando vamos fazer o exame, já tem DPOC. Se eu tratá-la, evito que ela tenha várias outras doenças que estão acopladas”, explica o pneumologista e diretor da ABM que esteve à frente do evento, Dr. Guilhardo Fontes. Na oportunidade, mais de 600 pessoas puderam medir a pressão, os índices de gordura, glicemia, realizar o teste de espirometria - no caso de fumantes, acima de 40 anos.
Foram dadas orientações, esclarecidas diversas dúvidas dos pacientes e familiares, e realizadas avaliações com Nutricionistas e seus alunos, Psicólogos, Fisioterapeutas. O ponto alto do evento foi a integração de várias faculdades com objetivos comuns, e as orientações à população sobre a DPOC e as vantagens de deixar de fumar.
"A razão principal de toda a mobilização é alertar a população a respeito da gravidade da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Infelizmente, apenas 20% das pessoas sabem o que é DPOC e a consequência é que elas procuram atendimento num estágio muito avançado, onde se gasta muito mais e as chances de tratamento são muito menores", defende Fontes. Ao lado do pneumologista, estudantes e profissionais recém-formados de diversas áreas de saúde apoiaram a ação, em uma prestação de serviço multidisciplinar. "Quando a gente pensa no paciente que vai conviver com isso pelo resto da vida, só se pensa no médico e é cada vez mais importante a fisioterapia atuar na recuperação pulmonar, otimizando os sintomas", afirma Abílio Costa, estudante de Fisioterapia e membro do Programa de Reabilitação para Paciente com DPOC da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O pintor automotivo Denílson Alencar foi um dos beneficiados com o atendimento multidisciplinar. "Eu fumei por 20 anos e tenho sentido o corpo cansado, abafamento, então, quando vi o anúncio na TV, decidi vir me informar", conta. Mas não só fumantes participaram da ação. A dona de casa Telma Alves nunca fumou, mas sempre esteve exposta ao cigarro. "Há muito tempo eu tenho que ir ao médico porque eu sou fumante passiva, meus pais fumavam muito, eu tive asma quando criança", explica Telma. Assim como Alencar, Telma realizou todos os exames. Após as consultas, Dr. Fontes e a equipe de profissionais de saúde encaminharam os pacientes para as unidades de atendimento adequadas. “É uma coisa que vai fazer grande benefício à sociedade, à população. Pacientes vão ser encaminhados para o centro de referência de tabagismo. Aqueles que precisam serão enviados ao centro de tratamento do DPOC. Enfim, nós vamos ter a oportunidade e o prazer de ajudar a nossa população”, finaliza Dr. Guilhardo Fontes.