A anestesia, como conhecemos hoje, é uma aquisição recente na história da humanidade. Sabe-se que, na Antiguidade, eram realizados alguns tipos de cirurgia e prova disso são os instrumentos cirúrgicos egípcios em exposição nos museus. Portanto, as civilizações antigas deviam conhecer fórmulas para driblar a dor e operar as pessoas. Gelo ou neve para congelar a região a ser operada, embriagar o paciente, hipnose foram outros recursos usados para aliviar a dor no passado. Quando de nada adiantavam, as cirurgias eram realizadas a frio, com os doentes imobilizados à força. Esse panorama mudou, e mudou muito. Hoje, a anestesia é um procedimento médico de altíssima segurança que promove analgesia completa enquanto o paciente é operado.
TIPOS DE ANESTESIA
Anestesia Geral
Na anestesia geral o doente está inconsciente e não tem qualquer sensação. Refere-se a um estado de inconsciência reversível, imobilidade, analgesia e bloqueio dos reflexos, obtidos pela administração de fármacos específicos. A anestesia geral pode ser aplicada por via endovenosa, inalatória ou ambas. Está indicada para procedimentos mais complexos, como cirurgias cerebrais, torácicas e abdominais.
Anestesia Regional
A anestesia regional é efetuada em determinadas regiões do corpo através da injeção de um fármaco numa determinada área nervosa, insensibilizando essa região. Pode ser realizada com ou sem o auxílio de fármacos sedativos, portanto o doente encontra-se acordado ou ligeiramente adormecido, mas facilmente será despertado ao chamamento. Exemplos deste tipo de anestesia são as designadas raquianestesia e epidural para cirurgia abdominal ou dos membros inferiores (cesariana, varizes), bem como o bloqueio para cirurgia do membro superior e o bloqueio para cirurgia oftalmológica.
Anestesia Local
Efetua-se com o doente acordado através da infiltração de anestésicos locais na proximidade da área a ser operada, num determinado local do corpo de pequena área. Exemplos desta anestesia são a injeção de anestésico para suturar uma pequena ferida da mão ou face.
TRATAMENTO DA DOR
A dor é um sinal de alerta para algo de errado que está acontecendo no corpo. Quando persistente, deixa de ser um mecanismo de defesa do organismo e torna-se uma doença, muitas vezes, de difícil controle. A dor pode ser classificada como “aguda”, ou seja, aquela que dura um curto período de tempo, geralmente menos de um mês, ou “crônica”, quando persiste ou recorre por mais de três meses, ou associada à lesão de algum tecido que imagina-se poder evoluir como: artrite reumatoide, osteoartrite, gota, etc.
A reação das pessoas que apresentam algum tipo de dor aguda é distinta daquelas com algum quadro de dor crônica. Alterações psicológicas, depressão mental, preocupação com o corpo e afastamento dos interesses externos são sintomas característicos do afetados por dores agudas. Já os pacientes que sofrem de dor crônica podem querer afastar-se das pessoas mais próximas e apresentar incapacidade para continuar com as atividades de trabalho e lazer. Insônia, diminuição do desejo sexual e alterações de apetite são outros sintomas comumente relatados por pacientes com dor crônica. Por tudo isso, é importante que a dor seja valorizada, investigada por profissionais especializados e tratada da forma mais apropriada.
RISCOS ANESTÉSICO-CIRÚRGICOS
Este risco depende de diversos fatores: o tipo de cirurgia, a condição clínica do doente (obesidade, hipertensão, diabetes, arritmias, angina, tabagismo, etc.) e o carácter programado, urgente ou emergente da intervenção (apendicite, doente politraumatizado).
Se o procedimento for eletivo, as chances de ocorrer situações adversas são bem menores devido à triagem feita com o paciente durante a consulta pré-anestésica que é um direito do doente e um dever do médico Anestesiologista. Ela é essencial para garantir a qualidade de assistência ao doente submetido a qualquer ato anestésico, a segurança e a redução do risco peri-anestésico.