Neste sábado, dia 05/09, quando se celebra o Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da Fibrose Cística, o Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (Complexo HUPES|Ufba|Ebserh) alerta profissionais da área de saúde e toda a sociedade para a necessidade de ficar atento aos sinais da Fibrose Cística e buscar o tratamento adequado. A doença – genética e progressiva, que gera manifestações, principalmente, no aparelho respiratório e no pâncreas - ainda é subdiagnosticada, conforme avaliação da coordenadora do Ambulatório Multidisciplinar de Fibrose Cística do Complexo HUPES, a pediatra e Profa. Edna Lúcia Souza.
A Fibrose Cística não tem cura, mas há tratamento para controlar os sintomas e aumentar a expectativa e a qualidade de vida do paciente. Quanto mais cedo for o diagnóstico, melhores podem ser os resultados. A triagem neonatal (teste do pezinho) é fundamental para a identificação precoce da doença. No entanto, segundo a Profa Edna Lúcia, somente em 2013 se iniciou a triagem neonatal para Fibrose Cística na Bahia. Por isso, há uma preocupação maior em identificar pacientes com este quadro que nasceram antes daquele ano.
“Salientamos que a Fibrose Cística tem sido diagnosticada na idade adulta, apesar destes pacientes terem sintomas desde a idade pediátrica”, pontua o pneumologista Antonio Carlos Moreira Lemos, superintendente do Complexo HUPES. O diagnóstico é dado pelo teste do suor e deve ser feito mediante manifestações suspeitas da doença. Na rede pública, o exame pode ser realizado no Complexo HUPES e no Hospital Estadual Otávio Mangabeira, que oferecem tratamento gratuito para todos os pacientes.
“Esperamos que haja maior conscientização dos profissionais de saúde e familiaridade com o tema, para dar os devidos encaminhamentos mediante a suspeita da doença. A triagem neonatal deve ser realizada entre o 3º e o 5º dia do nascimento, e o exame deve ser repetido até 30 dias de vida da criança, se estiver alterado. Os resultados devem ser avaliados por um profissional de saúde”, ressalta a professora Edna Lúcia.
As características clínicas da Fibrose Cística são variáveis e o tratamento exige o acompanhamento de uma equipe multiprofissional. É importante conscientizar a sociedade sobre a doença e investir no tratamento, que também reduz as necessidades de casos de internamentos. “Vamos continuar na luta para superar as dificuldades enfrentadas com a doença, como a necessidade de maior apoio e disponibilização contínua de medicações, que são de alto custo”, pontua Pofa. Edna Lúcia.
Veja abaixo as principais manifestações clínicas da doença em cada faixa etária.
Do nascimento até os 02 anos de vida:
- Desnutrição, falha no crescimento ou pouco ganho de peso;
- Gordura nas fezes;
- Infecções respiratórias de repetição;
- Íleo meconial - obstrução intestinal grave no período neonatal;
- Prolapso retal;
- Edema, hipoproteinemia, anemia, lesões de pele;
- Pneumonia grave;
- Desidratação;
- Icterícia neonatal prolongada;
- Deficiência de vitamina K, com sangramento;
03 – 16 anos
- Infecções respiratórias de repetição ou “asma” grave;
- Baqueteamento digital;
- Doença pulmonar crônica;
- Gordura nas fezes;
- Polipose nasal ou sinusite;
- Exaustão pelo calor com hiponatremia;
- Obstrução intestinal crônica, invaginação intestinal;
Adultos
- Esterilidade;
- Doença pulmonar crônica;
- Sinusite crônica;
- Pancreatite aguda ou crônica;
- Doença no fígado;
- Tolerância anormal à glicose;