Reportagem da Folha de S. Paulo publicada hoje, 21 de março, revela a ameaça do governo de Cuba de cassar os diplomas dos médicos cujas famílias não retornarem à ilha até o dia 15 de abril. A atitude do governo de Havana é absurda, fere os direitos fundamentais desses profissionais e deveria ser, prontamente, condenada pelas autoridades brasileiras, que deram aos médicos vistos de permanência em nosso país e os acolheram com festa.
Só podemos culpar o Ministério da Saúde e o governo federal pela forma desastrosa e irresponsável com que conduziram a concepção do programa Mais Médicos, colocando os interesses políticos e eleitorais acima do interesse público. Por isso, os profissionais cubanos, que são tratados como mão de obra análoga à escrava, tem seus direitos humanos desrespeitados seguidamente, dentro de nosso próprio território, por um governo estrangeiro.
As pressões e ameaças que vêm sofrendo são inaceitáveis e a AMB reitera o compromisso de auxiliar a todos os médicos que vieram ao nosso país. Além de enfrentar a precariedade de infraestrutura da saúde pública, precisam conviver diariamente com a vigilância dos “agentes de brigada”, com salários menores do que os outros médicos do programa e, agora, nem mesmo o direito à convivência com seus familiares, assegurada em contrato.