O impasse entre médicos e o plano Bradesco Saúde acabou não sendo solucionado em mais uma audiência realizada nesta manhã (5) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). As negociações, que giram em torno da reivindicação dos médicos por reajuste dos honorários, tiveram que se estender devido ao não cumprimento de determinação da Justiça feito à Agência Nacional de Saúde (ANS), de informar o critério utilizado pelos planos coletivos para aplicar o reajuste das mensalidades, pagas pelos usuários.
Embora o órgão tenha tido 10 dias, a partir do último dia 13, para apresentar os dados, nada foi mostrado. Desta forma, a juíza determinou mais 10 dias improrrogáveis, agora sob forma da lei, para que a ANS cumpra a determinação. Segundo o presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, o papel da ANS neste momento seria imprescindível para que a Justiça avalie a proposta de reajuste dos honorários médicos feita pelos profissionais. "Mostrando este critério se comprova que houve o reajuste dos planos coletivos, provando que é possível o reajuste dos honorários dos médicos, porém a ANS não tem colaborado.", explica o presidente.
Hoje, a proposta dos médicos baianos é que o reajuste dos honorários esteja de acordo com o reajuste feito pelos planos coletivos no valor cobrado aos usuários. Para a coordenadora da Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM) e diretora do Sindimed, Débora Angeli, a ANS mostrou mais uma vez que não cumpre o seu papel de fiscalização. "A ANS se mostrou procrastinatória e não tem interesse genuíno de exercer o seu trabalho", afirmou a médica. Uma nova assembleia dos médicos credenciados ao Bradesco Saúde será agendada pela CEHM para definir as novas ações da categoria.
O promotor de Justiça do Ministério Público do Trabalho (MPT), Pedro Lino, mais uma vez colaborou com as negociações, acompanhando a juíza Lita Braid na audiência. Estiveram presentes, representando a ABM e o Cremeb, Cesar Amorim e Antônio José Dórea, respectivamente.