A suspensão dos atendimentos ao Bradesco Saúde continua. Essa foi a decisão da assembleia da noite de ontem (6), quando os médicos também tomaram conhecimento de um comunicado do plano, enviado ao Sindimed, em que apresentam a intenção de promover um reajuste das consultas, honorários e procedimentos, em setembro.
Há que se reconhecer um certo avanço na postura do Bradesco que, na primeira reunião em que compareceu, no dia 30 de junho, no Procon, afirmava categoricamente que não negociava com médico. A mudança de comportamento, entretanto, se dá em função da mobilização médica e da deteriorização da imagem do plano na opinião pública. A suspensão dos atendimentos tem grande destaque na mídia, forte adesão em todo o estado, e conta com o apoio dos usuários.
O comunicado foi enviado pelo Bradesco Saúde um dia após a reunião que o próprio plano solicitou ao Sindimed. Na avaliação da assembleia, entretanto, não se caracteriza como uma proposta formal de negociação, mas apenas como um informe, na medida em que é unidirecional e não mensiona abertura para contrapropostas.
Na avaliação da categoria, o índice de reajuste apresentado, de 10,6% é ainda insuficiente para repor a defasagem acumulada ao longo dos últimos anos. Além disso, a previsão de reajuste para setembro viria de qualquer forma por imposição da Lei 13.003, que determina a contratualização e fixa periodicidade nos reajustes.
Uma nova assembleia está marcada para a próxima terça-feira, dia 12, também na ABM, quando um assessor do movimento médico, especialista na área de economia e finanças, estará presente para subsidiar a análise dos números apresentados pelo plano.