Em pronunciamento proferido pela presidente da República Dilma Rousseff, em sua recente visita ao Piauí, ela anunciou que a demanda de médico no Estado estará suprida com a chegada de mais 44 cubanos, completando 317 médicos estrangeiros de Cuba no Piauí, cumprindo a meta do governo em 148 municípios. A presidente Dilma, com isso, afirmou que descongestionaria o atendimento nos hospitais de urgência, uma vez que os atendimentos seriam contemplados nos postos de saúde, onde estes cubanos são lotados.
No Hospital de Urgência de Teresina – HUT, como exemplo, onde não há falta de médicos, morrem 300 pacientes por mês, em média, por falta de estrutura, algumas de fácil resolução, se houvessem investimentos na Saúde, tais como monitor, ventilador mecânico e leitos suficientes de UTI. Em todo Estado do Piauí, existem apenas 25 leitos de UTI pediátrica e 25 de UTI neonatal disponíveis pelo SUS.
No interior do Piauí, a importação de médico cubano não fez diminuir a quantidade de pacientes que são encaminhados para Teresina, diariamente, superlotando as unidades de saúde de urgência. Isso porque na maioria dos municípios não existem hospitais preparados para atender os casos de média e de alta complexidade. Não há vagas para cirurgias eletivas e quando há tem programação para acontecer até para 2015. Além disso, os profissionais médicos carecem de condições mínimas estruturais para atender o cidadão com dignidade.
Senhora presidente, 317 médicos cubanos no Piauí custam, em média, entre salários e moradia, R$ 3,8 milhões/mês, dinheiro esse que, empregado diretamente em estrutura e em carreira médica nos interiores para médicos brasileiros, teria um impacto substancial na melhoria da saúde da população. O Conselho Regional de Medicina do Piauí - CRM -PI tem convicção que, caso o dinheiro público empregado junto ao governo de Cuba tivesse a finalidade patriótica no Piauí e em outros estados brasileiros, haveria um fortalecimento infraestrutural na Saúde pública. Por isso, o CRM Piauí repudia políticas que desvalorizam o médico brasileiro e não resolvem os graves problemas de Saúde, pelos quais médicos e a sociedade são obrigados a enfrentar, ferindo o maior direito de todos os cidadãos: a vida.