Realizado pela ABM nos dias 4 e 5 de abril, no auditório da entidade, o “Curso Simplificado de Bioestatística Simplificada para o Médico” atraiu dezenas de profissionais e lotou o espaço. Para Luiz Claudio Correia, médico cardiologista e professor de Metodologia Científica, o balanço foi excelente. “O conhecimento que discutimos aqui foge do comum. É mais para quem quer se diferenciar. A expectativa é que esses profissionais difundam o conhecimento”, afirmou.
O professor destacou ainda a necessidade de os médicos e demais profissionais da área de Saúde pensarem mais estatisticamente. “Muitos profissionais perpetuam mitos, muitas vezes por falta de capacidade de analisar evidência cientifica. Esse treinamento gera um debate ótimo. Não é um curso de Matemática, mas a preocupação sobre a credibilidade dos materiais a que estamos tendo acesso”.
Ele explicou a importância de avaliar o trabalho científico com análise crítica, observando, por exemplo, se a metodologia foi usada de maneira correta (o que se chama de vieses), e, em seguida, o aspecto de estatística: se o resultado que se deu ocorreu por acaso. “Pode-se ter um estudo que mostre que uma medicação é melhor do que outra, mas o resultado pode ter sido obra do acaso. Por isso precisamos de estatística para quantificar a probabilidade do acaso”, completou.
Para a médica obstetra Denise Matias, que atua no Hospital Santo Amaro e no Iperba, o curso foi “fantástico”. “Já conheço e participei de vários. É fundamental um curso como esse, porque ensina você a ser crítico na análise tanto das pesquisas que surgem, quanto da literatura médica. E nós não temos a menor noção se não conhecemos esses princípios básicos”.
Para o Gastroenterologista e Endoscopista Paulo Paternostro, que atua também no Hospital Geral Roberto Santos, participar do curso de Bioestatística é fundamental para qualquer profissional da área de Saúde. “A partir dela, temos como fazer rastreamento de qual método científico está sendo utilizado. Passamos a saber o que estamos lendo, filtrar o que é bom e ruim, com base na aplicabilidade à prática. E isso independentemente da Medicina. Ou seja, esse curso é imprescindível para qualquer profissional da área de Saúde. É uma ferramenta para saber interpretar os estudos científicos de relevância - se têm evidência ou não -, para ter a prática diária otimizada em benefício do paciente”.