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Cosemba denuncia a redução de investimentos e o descaso com a assistência

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Cosemba denuncia a redução de investimentos e o descaso com a assistência

Enquanto o investimento na área da saúde na Bahia caiu 11,59% nos últimos cinco anos, a receita líquida de impostos do governo do estado subiu em 62,67% no mesmo período. No ano de 2009, quando a Receita Líquida de Impostos atingiu aproximadamente R$ 12 bilhões, o investimento para saúde foi de quase 14% deste valor. Já em 2013, a arrecadação líquida saltou para números próximos de R$ 20 bilhões, e na contra mão desta evolução, a porcentagem destinada à saúde foi reduzida para 12,28%.

Os números, obtidos por pesquisa no portal Transparência Bahia, ratificam o subfinanciamento do SUS, que as entidades médicas denunciam. Subfinanciamento que, aliado a má gestão dos recursos existentes, levam a precariedade das condições de trabalho, atrasos salariais e no pagamento de fornecedores, e geram as freqüentes mobilizações e reivindicações da categoria médica.

Nesta segunda-feira, dia 07/04, quando se comemora o dia mundial da saúde, o Conselho Superior das Entidades Médicas do Estado da Bahia (Cosemba) - formado pela ABM, Cremeb e Sindimed - reuniu a imprensa baiana para mais uma vez denunciar o caos na saúde pública no estado.

Para explicitar a situação, foi apontado durante a entrevista, que no início deste mês de abril, por exemplo, o Hospital Roberto Santos estava com quatro leitos de UTI, duas salas cirúrgicas e 34 leitos de enfermaria bloqueados por falta de profissionais de enfermagem. A enfermaria 3A (cerca de 30 leitos de Obstetrícia) do mesmo hospital está fechada há mais de quatro meses aguardando a reforma prometida para dezembro do ano passado.

No Hospital Otávio Mangabeira, metade dos leitos da UTI estão sem uso por falta de medicações e profissionais, além de leitos de enfermaria bloqueados por falta de medicamentos. De modo similar, o Centro Cirúrgico do Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana, está parcialmente fechado por déficit de profissionais.

Já o Hospital Ernesto Simões Filho está com o setor pediátrico sem funcionar e as obras de reforma estão paradas há cerca de dez meses, o que tem limitado o atendimento devido ao espaço reduzido dos contêineres, onde funciona provisoriamente. Nas maternidades públicas em Salvador, há uma deficiência de 117 leitos obstétricos.

 

CAIXA PRETA DA SAÚDE - A insatisfação com o serviço de assistência se estende também ao paciente. Em março deste ano, a Associação Médica Brasileira (AMB) lançou o site Caixa Preta da Saúde, com a finalidade de receber e compilar denúncias do caos em que se encontra a saúde no Brasil. De 875 denúncias recebidas nos primeiros vinte dias (até 01/04), 101 foram do estado da Bahia.

Os dados mostram que a demora para atendimento é a principal reclamação dos usuários do sistema de saúde público e privado (57%), seguido por problemas com medicação (37%) e com a espera por leitos (31%).

As informações foram apresentadas à imprensa pelo coordenador do Cosemba e presidente da ABM, Dr. Antônio Carlos Vieira Lopes, pelo presidente do Cremeb, Cons. José Abelardo de Meneses, pelo vice-presidente do Sindimed, Dr. Luiz Américo, e pelo diretor da AMB e vice-presidente da ABM, Dr. Robson Moura. O representante da Bahia no CFM, Cons. Jecé Brandão, o 1º secretário do Cremeb, Cons. Jorge Cerqueira, e a diretora de honorários do Sindimed, Dra. Maria do Socorro também estiveram presentes na coletiva.

De fato, não são essas as condições de saúde que as entidades médicas querem celebrar neste Dia Mundial da Saúde. Por isso, a freqüente luta por maior investimento na saúde, melhoria na infraestrutura das unidades de assistência, ampliação do número de leitos e equipamentos, e pela formação de uma Carreira de Estado para os profissionais da saúde. Para demonstrar a disposição para essa luta, os médicos utilizaram neste dia uma fita da consciência nas cores verde e amarelo.

"Não estamos fazendo reivindicação pessoal dos médicos, brigando por melhor remuneração. Estamos reclamando para defender a população brasileira, reclamando por uma saúde pública justa, que é direito de todo cidadão", definiu o coordenador do Cosemba.

Após a coletiva, os representantes das entidades seguiram para Sessão Plenária sobre saúde pública, promovida pela Câmara dos Vereadores de Salvador. 

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