Os médicos radiologistas e de diagnóstico por imagem deram mais uma mostra de que estão mobilizados e dispostos ao enfrentamento das operadoras dos planos de saúde. A assembleia de terça (5), que ocupou o auditório da ABM, decidiu partir para a judicialização dos pleitos junto às operadoras, uma vez que a resposta às tentativas de negociação tem sido o desrespeito e a intransigência.
A coordenadora da Comissão Estadual de Honorários Médicos (Cehm), Débora Angeli, apresentou um relado que evidencia os abusos dos planos de saúde na relação com os médicos prestadores, ressaltando que após anos buscando a via da negociação, a Comissão entende hoje que a via judicial e as paralisações de atendimento são fundamentais para que as operadoras saiam da posição intransigente em que se encontram.
A advogada do Sindimed, Cláudia Bezerra, informou que mais de 40 planos de saúde já foram notificados pela Justiça, a partir de ações movidas pelo Sindicato, o que caracteriza a "mora"" no cumprimento das obrigações legais assumidas pelos planos. Ela orientou que os rediologistas e as demais especialidades que pretendam judicializar e pressionar a relação com as operadoras, devem encaminhar de imediato os pedidos de notificação.
A orientação da Sociedade de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Bahia (Sorba), é para que todos os médicos se filiem às suas respectivas sociedades de especialidades e ao Sindimed, no sentido de reforçar a luta face aos planos de saúde. Para o secretário geral da Sorba, Hélio Braga, a assinatura dos contratos de prestação de serviços como as operadoras, a partir de agora, só deve ser feita através da Cehm e com o apoio da consultoria jurídica do Sindicato.
Um grupo de médicos foi eleito na assembleia para compor uma comissão especial de honorários médicos, que trabalhará integrada à Comissão Estadual (Cehm).
Mais exemplos
Falando em nome dos hemodinamicistas, José Carlos Brito disse que é preciso fortalecer as sociedades de especialidades. Ele defendeu a necessidade de reuniões semanais para a organização e apontou o caminho das paralisações, atingindo um plano por vez, durante mais tempo.
A indicação dos hemodinamicistas foi bem recebida pela assembleia e apoiada pelas entidades médicas. O Conselho Regional (Cremeb), por exemplo, lembrou que os médicos precisam reagir a essa situação insustentável imposta pelos planos, tendo a CBHPM como balisadora mínima dos contratos e sem deflator.
A ata da assembleia, assinada por todos os presentes, dá início ao processo de judicialização dos radiologistas contra os planos de saúde.