A greve dos médicos dos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), está prestes a entrar no terceiro mês. Sempre dispostos a negociar, os médicos já flexibilizaram ao máximo as reivindicações iniciais, mas enfrentam a intransigência da Prefeitura. Nem mesmo a intermediação de vários setores da sociedade sensibilizou o prefeito a dialogar.
A administração municipal ofereceu reajuste salarial de 6,59%, que sequer cobre a inflação do período e, ainda assim, fracionada, com 2% retroativo a maio e o complemento só em novembro de 2013. Muito abaixo dos 20% pedidos pela categoria. Além disso, os médicos exigem a imediata reforma e recuperação das unidades de saúde, quase todas sucateadas, mas a Prefeitura só tem previsão para o ano que vem.
Além de não evoluir nas negociações, a Prefeitura cortou os salários de muitos médicos, de forma aleatória. Os gestores não sabem explicar quais os critérios utilizados, já que nem todos os médicos foram atingidos pelo corte. Até um médico aposentado, gravemente enfermo, teve o seu salário cortado.
Na campanha eleitoral, o prefeito ACM Neto criticou o governo do estado pela condução das negociações com os professores e policiais grevistas, mas agora faz pior com médicos do município. É mais um contrassenso, por exemplo, se cadastrar no programa "Mais Médicos" enquanto não prioriza os médicos concursados.
Está na hora da Prefeitura levar a sério as negociações, valorizar os profissionais da Secretaria Municipal de Saúde, e garantir a melhoria do atendimento à população.