Mais de dois mil médicos e estudantes de Medicina realizaram um protesto, que teve início na tarde desta terça-feira (23.07), na Praça Newton Rique, em frente ao Shopping Iguatemi. Após realizarem uma feira de saúde que reuniu diversas especialidades, com atendimento gratuito à população, a categoria saiu em passeata pela Avenida Tancredo Neves em direção ao Hospital da Bahia. Também ocorreram protestos em Itabuna, Feira de Santana e outras cidades do interior do Estado. Novas paralisações estão programas para os dias 30 e 31 de julho. Com a paralisação dos médicos, somente urgências e emergências funcionaram normalmente.
Empunhando faixas e cartazes, além de balões pretos, os médicos vestidos com jalecos brancos – e alguns com uma faixa preta no braço em sinal de luto pela precariedade da saúde pública -, protestavam contra as recentes medidas anunciadas pelo governo federal, como o Programa Mais Médicos. Eles seguiram um carro de som, acompanhados por bandas de percussão. Um grupo de profissionais panfletou durante todo o trajeto. Os manifestantes foram acompanhados por policiais militares.
Fotos – Na feira de saúde, organizada na Praça Newton Rique, um varal de fotos chamava a atenção dos transeuntes, como imagens feitas pelos próprios médicos, além de outras entidades como o Ministério Público, dos postos de saúde e hospitais públicos do Estado. Para o administrador Ricardo Santos, que circulava pelo local, as imagens deveriam ser divulgadas para todo o Brasil. “É uma vergonha. Eles estão certos em reivindicar”. Também foi colocado um caixão com a foto do Ministro da Saúde Alexandre Padilha. Em Itabuna, também foi realizada feira com varal de fotos. Pela manhã, cerca de 150 médicos e estudantes de medicina se concentraram na Praça Camacan e desfilaram com faixas e palavras de ordem pela Avenida Cinquentenário, até a Praça Adami. Em Barreiras, médicos fizeram apitaço em frente ao Conselho Regional de Medicina. Em Feira de Santana, o movimento teve início em frente ao Hospital Pedro de Alcântara e se encerrou em frente à Prefeitura com os médicos entoando o Hino Nacional.
O movimento, que na Bahia tem a coordenação do Cosemba (Conselho Superior das Entidades Médicas do Estado da Bahia - formado pela ABM, Cremeb e Sindimed), aconteceu em todo o Brasil.
A categoria defende o Ato Médico sem vetos, uma Carreira de Estado e melhores condições de trabalho, ao invés de importar médicos do exterior sem revalidação de diplomas e de ampliar em mais dois anos o curso de Medicina no Brasil com o Programa Mais Médicos.