A Associação Bahiana de Medicina (ABM) repudia fortemente a proposta de importação de médicos feita pela presidente Dilma Roussef em cadeia nacional (televisão e rádio), na noite da última sexta-feira (21.06), já que a medida não solucionará as enormes deficiências do sistema de saúde brasileiro. E destaca que ainda não foram definidos os critérios de avaliação do nível de qualificação desses profissionais, nem como serão remunerados ou a que tipo de vínculo trabalhista serão submetidos.
A ABM corrobora a carta aberta elaborada por entidades médicas de todo o País e dirigida aos brasileiros, por conta do discurso da presidente. No documento, elas rejeitam a "importação" de médicos, que, para a categoria, simboliza uma "vergonha nacional". E defendem que usarão "todos os mecanismos possíveis para barrar a decisão, inclusive na Justiça". Elas afirmam ainda que a contratação de médicos estrangeiros colocaria a parcela mais vulnerável da população sujeita "à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados", omitindo "os reais problemas" que afetam o Sistema Único de Saúde (SUS).
As entidades médicas enviaram ao governo uma proposta de criação da carreira de médicos, enfermeiros, odontólogos e bioquímicos, para trabalharem em tempo integral dedicado exclusivamente ao SUS, cuja aprovação ocorreria por meio de concurso público. Esta seria uma medida definitiva e não paliativa como quer o governo. E com ela, não faltariam médicos em lugar algum.