Já passava das 23h quando os médicos do município de Salvador deram por terminada a assembleia desta quinta (13). A decisão sobre o término da greve, no entanto, ainda não foi tomada. A paralisação permanece e uma nova assembleia está marcada para a próxima segunda-feira, 17 de junho.
A presença do secretário municipal de Saúde, Antônio Rodrigues, nas discussões dessa noite motivou os médicos a se manifestarem com veemência sobre os diversos problemas que a categoria enfrenta para o exercício profissional. O secretário, por sua vez, mostrou que está ciente das dificuldades e procurou responder a todas as queixas e indagações com clareza. Também agendou uma reunião com os médicos, para a próxima terça-feira, 18 de junho.
Sempre ressaltando que a motivação da greve é acima de tudo por melhores condições de trabalho, os médicos apresentaram o quadro desesperador em que vivem no dia a dia. Nesse sentido, a assembleia serviu também como espaço para um desabafo que estava preso na garganta de todos.
Rodrigues pontuou não apenas as reivindicações que já havia recebido do Sindimed, mas também muitas das especificidades apresentadas individualmente durante a assembleia. Não apresentou, contudo, qualquer proposta de reajuste salarial, destacando que o Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) do município vem gradativamente atualizando a remuneração.
Sobre as deficiências estruturais nas unidades de saúde, Rodrigues reconheceu e historiou o sucateamento, apresentando iniciativas e providências que a atual gestão está tomando para corrigir os problemas.
Procurando apresentar prazos médios entre 30 e 60 dias para a resolução das demandas, o secretário comprometeu-se em elaborar um termo sobre as pendências e abrir uma mesa de diálogo com os médicos, acompanhada pelo Sindimed. Falou sobre o Auxílio Periferia – somente para os estatutários -, que poderá ser ampliado, e relatou o recente mutirão feito dentro da Secretaria para regularizar o pagamento da insalubridade.
A extensão da carga horária para quem perdeu o TAC e Redinha foi outro ponto abordado, e ele se mostrou especialmente preocupado com a permanência do pessoal que tem vínculo TAC/Reda, objeto de negociações junto ao Ministério Público, neste momento.
Por fim, o secretário promete uma revisão do PCCV para corrigir distorções apontadas pelos médicos, a exemplo das variações de carga horária.