Centenas de médicos e profissionais de diversas áreas da saúde se reuniram em um protesto na manhã desta quinta – feira (25) na Avenida Paulista, em São Paulo. A manifestação teve como objetivo "fazer um alerta às operadoras de planos de saúde sobre as condições de trabalho que são impostas aos médicos; ressaltamos ainda que as remunerações repassadas pelos convênios não são compatíveis com a atividade atual do profissional", disse o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto d´Avila.
Vestidos de jalecos, com faixas e cartazes, a marcha teve duração de 30 minutos. No final do protesto, simbolizando um luto contra os abusos das operadoras de todo o País foram soltos cerca de 10 mil balões pretos. O ato faz parte das mobilizações do Dia Nacional de Alerta na Saúde Suplementar, que gerou manifestações em todo o país e, em alguns estados, suspensão dos atendimentos – exceto para casos de emergências e urgências.
Após a manifestação, uma coletiva com a imprensa foi realizada na Associação Médica Brasileira (AMB). A Federação Nacional dos Médicos (FENAM) foi representada pelo seu presidente, Geraldo Ferreira Filho. Para ele existe uma mercantilização dos planos de saúde, "a relação entre as operadoras e os médicos é hoje a mais precária que existe, os planos de saúde estão caminhando sem regras trabalhistas e sem o devido respeito com a classe médica, e hoje estamos aqui para dá um basta".
Ainda na coletiva o 1º vice-presidente da AMB, Jorge Curi, afirmou que a população está desassistida e não consegue acesso fácil na saúde. "Precisamos de decisões, agilidade, conectividade. Tem que haver respeito entre os profissionais da saúde para se oferecer um atendimento digno de consultas, exames e cirurgias".
O sindicato dos médicos de São Paulo, Simesp, e as entidades estaduais locais, além de fazerem o protesto na Av. paulista também distribuíram uma carta aberta e saquinhos de lixo para carros com a seguinte frase: "Lugar de plano ruim é no lixo. Sua saúde merece respeito".
"Superamos todas as expectativas, a manifestação foi muito bem sucedida, agora vamos esperar as repercussões e analisar os resultados; avançamos mais um passo e garanto que não vamos parar por ai", concluiu o presidente do Simesp, Cid Carvalhaes.