"Uma grande conquista para a categoria". Assim a fonoaudióloga Cristiane Oliveira, agente fiscal do Conselho Regional de Fonoaudiologia/4ª Região, classificou a posição da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) ao disponibilizar, pela primeira vez, vagas para a categoria em concurso público para o grupo ocupacional de serviços públicos de saúde. Desse modo, segundo a fonoaudióloga, a Sesab avança de forma significativa na observância de portarias e decretos do Ministério da Saúde, que estabelecem a obrigatoriedade de inserção de fonoaudiólogos em serviços como maternidades, centros de atenção ao idoso, centros de reabilitação física e auditiva, entre outros.
Estudos científicos mostram que a fnoaudiologia é uma ciência recente, mas em franca ascensão, que já se consolidou no âmbito da saúde pública. Na Bahia, a graduação em fonoaudiologia foi iniciada em 1999, e hoje existem 1.099 profissionais registrados no Conselho Regional. No primeiro concurso público da Sesab com vagas para a categoria, que ocorreu em 2008, foram habilitados 346 candidatos e até o momento, 31 já foram convocados.
Os profissionais convocados preenchem vagas em Salvador e unidades que fica nas áreas das diretorias regionais de Feira de Santana, Ilhéus, Jequié, Vitória da Conquista e Guanambi. A fonoaudióloga Cristiane Oliveira conta que a categoria, através do Conselho Regional, vem mantendo diálogo com o secretário da Saúde, Jorge Solla, com o objetivo de reivindicar a ampliação no número de contratações, "levando em consideração a demanda reprimida de usuários que apresentam necessidades de intervenção fonoaudiológica".
De acordo com a fonoaudióloga, o secretário tem se mostrado sensível às reivindicações da categoria, e assumiu o compromisso de substituir os profissionais terceirizados que atuam no Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação de Deficiências (Cepred), e na medida do possível, ampliar a inserção destes profissionais em serviços onde se fazem necessários.
A atuação fonoaudiológica engloba ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde no que se refere à audição, fala/linguagem, voz, motricidade orofacial em todos os ciclos de vida. A categoria se insere em unidades básicas de Saúde, ambulatórios de especialidades, hospitais, centros de referência, domicílios e outros recursos da comunidade, bem como nos cargos de gestão.
Na saúde pública, os principais campos de atuação fonoaudiológica são: hospitais e maternidades (ambulatórios, enfermarias e Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), Centros de Reabilitação Auditiva (a atuação está relacionada à realização de exames de diagnóstico audiológico (audiometria, imitanciometria, Potencial Evocado Auditivo, Emissões Otoacústicas) triagem auditiva de bebês, seleção, adaptação, validação, acompanhamento de próteses auditivas, e fonoterapia dos usuários protetizados), Centro de Reabilitação Física (ações voltadas para a reabilitação de alterações neurológicas que afetam a comunicação e a execução das funções motoras-orais), Centro de Referência de Atenção à Saúde do Idoso e na área de saúde do trabalhador, especificamente nos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador.