O atual salário dos médicos estatutários na Bahia, que configura como um dos mais baixos do país (salário base de R$ 767,24), foi tema de debate na manhã desta sexta-feira, dia 16/03, no Programa Ligação Direta da rádio Nova Salvador FM. O presidente do Cremeb, Cons. José Abelardo de Meneses, representou a categoria médica, e a superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria Estadual da Bahia (Sesab), Gisélia Santana, falou em nome do governo do estado.
Cons. José Abelardo destacou a interrupção da mesa de negociação da categoria com o governo e o silêncio do governador Jaques Wagner, que até o momento não respondeu ao ofício que lhe foi encaminhado pelos médicos em novembro do ano passado, solicitando uma intervenção nas negociações.
“O salário líquido de um médico estatutário quando soma os vencimentos, com adicionais de gratificação, insalubridade e auxílio transporte é de apenas R$ 2.262,82. Mostramos ao governador a comparação salarial com outros estados do Nordeste. Somos os piores. É preciso reverter essa situação, não é possível que 4.980 médicos possam desequilibrar o orçamento do governo”, pontuou Cons. José Abelardo.
A superintendente Gisélia Santana considerou justas as reivindicações da categoria, mas afirmou que há dificuldades orçamentárias. “Temos também uma situação grave de subfinanciamento no estado que repercute no acesso ao serviço e na remuneração dos profissionais. Temos feito um esforço grande para reverter isso”, disse.
O debate durou cerca de 25 minutos e também abordou questões como a regulamentação EC 29; o desgaste fisco e emocional do médico diante a falta de estrutura em unidades e os baixos salários; a necessidade de se rever os critérios de definição da Gratificação de Incentivo e Desempenho (GID); entre outros.