O secretário da Saúde do estado, Jorge Solla, participou na sexta-feira (18), de uma visita ao Hospital Geral Roberto Santos, juntamente com técnicos de diversos setores da Secretaria da Saúde - Sesab. Integrantes da Câmara dos Deputados, Ministério Público Federal, Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia, Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed) e Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado da Bahia (SindSaúde) também participaram, sendo recebidos pelo diretor Administrativo, Lerley Ladeia, ao lado de outros diretores e coordenadores do HGRS.
A visita foi uma iniciativa da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, que criou uma subcomissão para percorrer hospitais de urgência e emergência de vários estados brasileiros. O deputado federal Domingos Dutra (PT/MA) representou a subcomissão na visita, cujo objetivo, segundo ele, é "ter um diagnóstico mais preciso do atendimento prestado e oferecer sugestões ao Congresso e ao Governo Federal para reduzir o sofrimento das pessoas". Problemas comuns, como a grande demanda nessas unidades hospitalares, foram apontados por Dutra, que já visitou hospitais de emergência no Rio de Janeiro e São Paulo.
Os representantes das entidades percorreram diversas áreas do HGRS, principalmente as Emergências Adulto e Pediátrica, e as UTIs - Unidades de Terapia Intensiva. Antes, conferiram uma apresentação sobre o Hospital Geral Roberto Santos, conduzida pelo diretor Técnico, Thiago Milet, inteirando-se de informações como o perfil do hospital, número de leitos, volume de atendimento prestado, especialidades médicas oferecidas e alcance do HGRS como unidade de ensino, dando importante contribuição na formação de profissionais de saúde.
Debate e perspectivas
O secretário Jorge Solla fez uma explanação, para conhecimento dos visitantes, das ações desenvolvidas pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia desde o primeiro governo de Jaques Wagner, iniciado em 2007, destacando a ampliação da oferta de leitos com a construção de cinco novos grandes hospitais, e temas que o SUS (Sistema Único de Saúde) precisa equacionar, como a necessidade de revisão do financiamento e a busca de novos recursos para a Saúde.
Sobre a superlotação, principal problema apontado pelo parlamentar, Solla argumentou ser uma realidade não apenas da rede pública de saúde, ressaltando que Salvador não tem hospitais de urgência/emergência privados, filantrópicos ou municipais que sejam conveniados com o SUS. "Tudo recai sobre o Estado", afirma. Além de Jorge Solla, participaram da visita, pela Sesab, o superintendente de Assistência Farmacêutica, Inovação e Tecnologia, Alfredo Boa Sorte; o diretor de Gestão da Rede Própria, Paulo Barbosa, e José Walter Santos, também da DGRP; a diretora de Obras, Bruna Faria; a diretora Vincenza Lorusso, da Central de Regulação.
Representando o Ministério Público Federal ao lado do colega Osmir Antonio, Gabriela Barbosa disse ter sido convidada pela Comissão de Direitos Humanos para verificar in loco a prestação de saúde em emergência e se disse impressionada com a grande demanda, mas não compete ao MPF adotar medidas. Henrique Gonçalves Trindade, da OAB-Ba, apontou como objetivo da visita a preocupação da Ordem com as pessoas mais carentes, que enfrentam dificuldades para ter o atendimento em saúde. "Vamos apresentar um relatório à presidência, focando na qualidade e no tempo de atendimento. Preocupa-nos a demanda reprimida na Emergência", afirmou.
Para o diretor Técnico do HGRS, Thiago Milet, a visita da Comissão de Direitos Humanos da Câmara representa uma oportunidade para que se trace, conjuntamente, planos de melhoria das condições de atendimento dos usuários. Lerley Ladeia, que responde interinamente pela Diretoria Geral, concorda: "É de grande valia para o fortalecimento do SUS e, por conseguinte, da gestão; um momento de expor as fragilidades mas também as alternativas de implementação de melhorias, algumas já em prática no HGRS, como o Acolhimento com Classificação de Risco e a inserção no programa SOS Emergências, do Ministério da Saúde", disse Ladeia.
"Saio triste pela realidade encontrada, mas animado porque o hospital tem uma boa estrutura física e há decisão, por parte dos gestores, de querer melhorar. Estamos em missão pública e não queremos usar esse espaço nem para acobertar, nem para sensacionalizar", colocou o deputado Domingos Dutra.
B.F. - DRT/Ba 1158