Na última quinta-feira, dia 18, foi aprovado em plenária extraordinária da Comissão Nacional de Residência Médica o projeto do Ministério da Saúde sobre valorização da Atenção Básica. A proposta tem como objetivo melhorar o acesso dos profissionais da área aos moradores de regiões com difícil acesso.
Conforme discutido na plenária (e com voto contrário da ANMR e da Associação Médica Brasileira - AMB), foi aprovada bonificação na nota final da residência equivalente a 10% ao ano — por no máximo dois anos — para os participantes do projeto. A Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), no entanto, defende desde o início das discussões que a bonificação é exagerada. "Esse valor torna a participação obrigatória, e não facultativa, visto a grande concorrência para as vagas de residência", acredita o secretário da ANMR, Natan Katz.
Em reuniões anteriores e no dia da votação, a Associação apresentou contra-proposta de 2,5% ao ano de bonificação, que não foi aceita pela maioria da plenária. Além disso, o representante nacional dos residentes também propôs piso regional para os participantes do projeto — para evitar a exploração do trabalho médico — distribuição regional dos candidatos, matriciamento e preceptoria funcionante, e garantia que os valores
acordados com os municípios sejam cumpridos.
"A ANMR sempre está disposta a ajudar a resolução dos problemas de saúde do país. Mas o governo não pode usar a Residência Médica para resolver os problemas de fixação dos médicos em regiões de difícil acesso à saúde", explicou Natan. Em seu entender, é importante "estabelecer medidas definitivas como plano de carreira, residência para todos os egressos e valorização do trabalho da categoria como formas de melhorar a saúde em nosso país".