Ministro Padilha se reuniu com alunos de medicina na Escola Latino-Americana de Medicina. Parceria entre instituição cubana e universidades brasileiras pretende acelerar entrada no SUS de médicos formados no país caribenho.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se reuniu no último dia 23, em Cuba, com estudantes de medicina brasileiros que estão se graduando em instituições cubanas. O encontro foi realizado na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), e teve como objetivo facilitar a revalidação dos diplomas cubanos, para que os profissionais possam exercer a medicina do Brasil. O encontro contou também com presença do vice-presidente de Saúde Pública cubano, Roberto Gonzales Martín, dos secretários de saúde do Ceará – Raimundo Bastos – e da Bahia – Jorge Sollae –, e do diretor-geral da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), Mourad Ibrahim Belaciano.
O ministro tratou, ainda, de parceria com a ELAM para permitir que estudantes brasileiros que obtiveram seus diplomas em Cuba, ao voltarem para o Brasil, façam aprimoramento de seus currículos sob supervisão de instituições brasileiras, para fazer a revalidação e poder exercer a medicina no país. O Ceará já deu início a este processo, e recém-formados em Cuba já estão recebendo a complementação curricular no estado. A Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) do Distrito Federal também aderiu à iniciativa durante o encontro, por meio da assinatura de convênio com a ELAM.
“Esses médicos, ao voltarem para o Brasil, ficarão um tempo nas faculdades estaduais fazendo aprimoramento supervisionado, mas já em serviço, trabalhando. É mais uma medida para ampliar o número de médicos nas regiões onde há carência: nos municípios do interior, ou nas regiões mais pobres das grandes cidades”, explicou o ministro. Segundo ele, os cerca de 500 médicos brasileiros formados em Cuba em processo de revalidação do diploma no Brasil vão se beneficiar da parceria com a ELAM. Os próprios estudantes entregaram ao ministro uma carta declarando seu compromisso para com o SUS e a disposição de voltar ao país para se dedicar à atuação em áreas carentes.
O ministro visitou também dois centros de pesquisa cubanos - o Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB) e o Centro de Imunologia Molecular (CIM) -, que estão conduzindo estudos e desenvolvendo medicamentos envolvidos nos acordos de cooperação assinados ontem (22) entre Brasil e Cuba. Os acordos abrangem 58 pesquisas e 12 produtos de alta tecnologia para tratamento de doenças como câncer e diabetes.
Revalida –Um novo modelo de revalidação de diplomas, cuja primeira edição ocorreu neste ano, está sendo implantado no país. O Revalida – Exame Nacional de Revalidação de Diplomas – permitirá aos formados em instituições estrangeiras validarem seus diplomas com mais uniformidade e em até um ano. A primeira etapa do exame, composta de provas objetivas e discursivas, foi realizada no dia 11 de setembro, e deverá ter seu resultado divulgado no próximo dia 3. A segunda e última fase da seleção está prevista para o dia 15 de outubro, e avaliará as habilidades clínicas práticas dos candidatos.
O exame é conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, em colaboração com a subcomissão de Revalidação de Diplomas Médicos, da qual participam representantes dos ministérios da Saúde, da Educação e de Relações Exteriores, além da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais do Ensino Superior (Andifes) e também do Inep.
Atualmente, a validação dos diplomas médicos é feita de forma independente por universidades públicas brasileiras com metodologias próprias, e pode demorar a ser concluída. Com o Revalida, além se promover a padronização, submetendo todos os formados à mesma avaliação, tem-se a expectativa de que o processo de revalidação seja finalizado no período de seis meses a um ano.