Entre outros feitos marcantes em sua trajetória, ela foi a primeira catedrática de Medicina Legal no mundo, quando sucedeu na época o professor e seu orientador, professor Estácio de Lima, no ensino da disciplina na Escola Bahiana de Medicina e na Universidade Federal da Bahia(UFBA).
Alagoana nascida em Atalaia, em 2 de setembro de 1928, e criada na fazenda dos pais, Coronel Pacheco e D. Morena, junto com seus cinco irmãos, Maria Thereza Pacheco cedo descobriu a vocação pela medicina. Ingressou no curso, em Salvador, decidida a se especializar em Tocoginecologia. Projetou-se pelos estudos teóricos e pela intensa atividade prática junto às pacientes das maternidades Nita Costa, Tsylla Balbino e Climério de Oliveira, além dos atendimentos nos hospitais Aristides Maltez, Português e Espanhol e na sua própria Clínica de Senhoras, bastante requisitada na época.
Condecorada com o Título de Professor Emérito da UFBA, Maria Thereza Pacheco foi professora titular de Medicina Legal das Faculdades de Medicina e de Direito das Universidades Federal (UFBA) e Católica de Salvador. Aclamada por suas aulas instigantes, participou, ainda, como examinadora, de várias bancas para titulação de mestres, doutores, professores docentes e titulares.
Médica legista de grande competência, com projeção em âmbito nacional e nas nações lusófanas, ela obteve o Doutorado em Medicina Legal pela Universite de Paris I (Pantheon-Sorbonne) e fez cursos de pós-graduação em Lisboa e Madrid. Em sua brilhante carreira, foi membro fundador da Sociedade Brasileira de Bioética e da Comissão Nacional de Bioética, Além de ter presidido a Sociedade Brasileira de Medicina Legal.
Foi a primeira mulher a dirigir o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues e a ocupar o cargo de diretora geral do Departamento de Polícia Técnica da Bahia. Mulher de abnegado espírito cristão e largas virtudes, jamais se furtou a atuar em favor de grandes causas. Foi assim que aceitou o convite para ser a atual presidente da Fundação José Silveira, contribuindo para o fortalecimento da atuação social da instituição.
Como titular, teve ativa participação nas atividades da Academia de Medicina da Bahia e do Instituto Bahiano de História da Medicina e Ciências Afins. Ao longo de 12 anos, presidiu com dedicação a Comissão de acompanhamento das obras de restauração do complexo arquitetônico da Faculdade de Medicina da Bahia, no Terreiro de Jesus, como parte dos preparativos para os festejos do bicentenário da instituição.
Em reconhecimento às suas inegáveis contribuições, Maria Thereza Pacheco recebeu da Assembléia Legislativa o título de cidadã baiana. Todos os que a conheceram enaltecem a sua grandeza como ser humano, de generosidade ímpar, além da presença marcante pela fina elegância, bom humor, notável inteligência e grande sensibilidade.
Associação Bahiana de Medicina